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Cadeira vazia
 
Candy Saad
 
Na cadeira de balanço ele ficava,
 observava tudo e poetizava
para as operárias que por ali passavam...
Lá no fundo um matuto tocava viola
e cantava cantigas tristes...
Na tardes frias aquecia as pernas
com uma colcha de retalhos ...
Quantos retalhos de vida!
Quantas histórias para contar...
Do Líbano á Portugal...
De Portugal para o Brasil
Sentávamos no chão ao seu redor
e ouvíamos ...
Na varanda até pássaros ouviam as
histórias...
Único momento em que tantas crianças
juntas se calavam...
Meus olhos brilhavam encantada...
Não via a hora das férias do colégio chegar
para na fazenda eu ficar.
Naquela varanda que tanto corri quando criança atrapalhando seus cochilos , as vezes mostrava uma varinha de marmelo
para me repreender por eu ser tão moleca,mas nunca usou...
Não conseguia subir em árvores para me pegar... 
Naquele mesmo lugar ainda permanece a cadeira que ele sentava para nos observar...
Sentei um cadinho só para recordar...
Não chorei!
106 anos de vida durou meu avô...
Eu passei  para matar a saudade
de um tempo feliz que na memória ficou.
 
Publicado no Recanto das Letras
Código do texto: T930917
 
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Cadeira Vazia
Anna Müller
 
Candy amiga, tanta saudade
esses versos me causaram...
Não havia rancho, nem matuto,
havia apenas um avô carinhoso
que mirradinho e astuto
e todo manhoso,
sentava naquela cadeira
que de tão velhinha, sem tinta
só aparecia a madeira...
A contar histórias de criança,
da infância e da pobreza
que viveu com 5 irmãos.
Mas sorria, que era uma beleza,
ao lembrar de travessuras
que aprontava com a nona.
De roubar do cesto de vime,
poucas das gostosuras
que ela fazia quando podia.
Escondiam-se atrás do poço
d'água, já seco, lembro-me
bem...era lá nos cantinhos de Caieiras.
Tantas foram as histórias,
um álbum lindo de memórias,
que ele contava ao som do violão.
Sinto o cheiro do fumo picado,
o som dos acordes,
do violão velhinho, trincado,
mas que soava sua saudade
daquele tempo tão sofrido.
A cadeira?
Talvez lá, dando acento
onde estiver, tocando seu violão,
relembrando com Deus,
seus 87 anos nesta terra.
Opsss...
Uma lágrima aqui rolou,
da saudade gostosa que senti,
quem sabe no rosto dele tocou,
a lembrança que dele ouvi.
 
 
 
 
 
 
 
 
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