Alma minha, subtil



Eugénio de Sá



Que subtis refúgios a alma esconde

Quando, promíscuo, o senso a perscruta

Sem saber nela como e nem aonde

Procurar causas em que o ser matuta?



Que ténues mecanismos serão esses

Que engenhosos, hábeis, perspicazes

Produzem na consciência tais reveses

Que calam os mais sábios e loquazes?



É que, tendo a alma a tal prerrogativa

De se encontrar com o pélago da mente

Mesmo sem do absoluto ser cativa,



Temos de considerar ser procedente

D’Espinosa a norma subjuntiva;

Que a alma é do divino consequente.


 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright©2014
ArtedesignerMenezes®
webdesignerCandySaad®
Todos direitos reservados