A SÓS NA NOITE


Neusa Mendonça



Sinto-me só, no silêncio triste da noite fria.
Ouço o gemido dos ventos, gritando minha dor
Sinto tua falta para enxugar minhas lágrimas.
Queria sentir teu carinho, teu corpo meigo
Unido ao meu, para aquecer todas as mágoas.
Levar-me para outros horizontes, novo Universo
Na distância ficada para trás em novo espaço.



Ah! Como queria sentir teu calor, teu corpo
Teus beijos, teus lábios ternos, e teus carinhos!
Queria buscar-te entre as estrelas do infinito
Clamar-te nas ondas do mar, na brisa leve
Que me fala de ti neste silêncio, que grita em mim.



Ah! Espera cruel, que me devora em cada dia
Como lume crepitando nesta saudade sublime,
Na ânsia de te ver, na incerteza de cada madrugada.
Onde adormeço de novo para me levares em teus braços,
Afagar teu rosto, sonhar com teu corpo, rasgar
Este silêncio que me devora lentamente.

Ah! Como imagino ver-te vagarosamente a entrar
Pela porta do meu quarto, sentir o hálito dos teus beijos,
A sensação da tua pele masculina, onde nossos
Corpos unidos pelo desejo fervente, gritariam
Loucamente a concretização do meu sonho em realidade,
Ao ofertar-te finalmente meu corpo de mulher...



Neusa Rocha Miguel de Mendonça