O CASÓRIO DO LIBÓRIO
Jorge Linhaça Me convidaram prum casório lá pras bandas de Gravataí o noivo era o tchê Libório a noiva uma tal de Sueli Na igreja de Santo Honório fui o tal casório assistí Tava tudo nos conforme o padre seguia a ordenança sob a imagem de São Jorge mandou trocarem aliança - É aqui é que o couro come e começa a lambança- A noiva todinha faceira com ares de prima dona sacou do buquê a coleira e disse ,-Agora sou sua dona Ai que tu faça besteira te espremo igual sanfona O povo ficou bestado Libório empalideceu O padre, pobre coitado, um enfarte quase sofreu -Por tudo que é mais sagrado Isso nunca aconteceu! A noiva sem se importar pro boxixo que causou ali mesmo diante do altar o Libório encoleirou deixando o coitado sem ar e quase que o enforcou - Segue logo a cerimônia! falou com ar de autoridade, e sem a menor parcimônia, arrastou o pobre pela nave e falou pra dona Antonia -Teu filho é meu, já é tarde! E lá foi o Libório puxado sem nem esboçar reação qual cachorro amestrado as quatro patas no chão com ar de desconsolado de galo véio, esporão Só faltou latir Libório ou a cola ele abanar igual um cusco simplório que vê a dona chamar ou cordeiro de ofertório sacrificado no altar E foi assim seu moço, o casório que assisti de coleira no pescoço o noivo sem resistir só dizia num muxoxo -Eu mereço, Sueliiii!
Copyright©2010
artedesignerMenezes® webdesignerCandySaad® Todos direitos reservados |