Bloco 02 - poemas 49 á 96

49
Em pleno outono
Maria Granzoto da Silva

Folhas ressequidas
Na árvore da vida...
Quando a primeira caiu
Ninguém percebeu.
Nem mesmo viu.
Era tão pequena...
Desprendeu-se
Tão sutil
Num dia ainda quente
De abril.
Mas, de repente,
Sempre que mais frondosa,
Aquela planta, outrora airosa,
Mais folhas perdia...
Uma ou outra que nascia
Não repunha
A beleza que supunha
Eterna.
Embora inda permaneça
No ciclo sazonal,
Nunca mais será a mesma.
Viverá em eterno e pleno
Outono.
Árvore da vida,
Árvore sem dono,
Sofrida.


50
Chega o Outono
José Ernesto Ferraresso

Depois da estação toda florida e colorida,
Cheia de amores e belezas descritivas,
Chega o Verão,
Aguardado com emoção.

O tempo passa, enfim chega o vento,
E acontece outro momento,
As folhas caem nessa fase do ano,
mas chega o gostoso principio do Outono.

Unido ao vento logo vem a chuva fina
E tudo se transforma,
Nesse cenário que modifica nossa calma

Com o passar do tempo,
Nessa estação, a noite esfria
E o sol traz a brisa fria.

E eu, lembro de você...
Do melhor Outono
Que passei na vida.

51
Outono
Thereza Mattos

Folhas ao vento....árvores despidas
brisa suave, acariciando meu rosto
assim foi a nossa despedida
chorei por puro desgosto
lágrimas sentidas...

Céu escuro...prenúncio de tempestade
meu coração partido, sangrando
esperanças vãs de felicidade
sobras de um amor acabando
dor e saudade!....

52
Outono de S. Martinho
~~Juan Carlos Battenberg~~

No outono cinzento...o de S. Martinho
o da desfolhadas, magustos e chuvas
com nozes, uvas, maças e novo vinho
a nova estação, com outras façanhas.

Nuança cor laranja para o romantismo
de assar castanhas e acender lareiras
dias mais pequenos e noites serenas
procurando calor se encontra erotismo.

Chega enfim o outono bate à na porta
trazendo marmelos, geleias e diospiros!
esta é a estação é a altura mais certa
para estar contigo, ouvir teus suspiros.

Folhas cobrem a terra de amarelo manto
campos coloridos mas tudo é passageiro
e enquanto dure desfrutarei seu encanto
ir á lenha e fazer pipocas dos espigueiros.

Estação bonita em seu especial particular
marmelos, geleia e ir as vinhas a vindimar
o tempo arrefece... é bom para namorar
as arvores dormem, é o tempo para amar.


53
Sonhos de Outono
Maria Thereza Neves

Quando o sol cansado desce
nos sonhos de outono
boceja nas ondas do mar
sopra beijos de espumas
se perde no entardecer das folhas
na desfocada névoa da noite
no alarido dos pássaros
espanta o verde florir da primavera
e neste entardecer, esfria as chamas do sol
colorindo de amarelo os sonhos do outono
em espiral se perde na imaginação
no vibrar dos sentidos
na leveza do cair das folhas


54
O fascínio do Outono
Miguel Angelo Bosch U.

Lindos tapetes de folhas verde-amarela
com castanho claro como os olhos dela
arvores a ficarem nuas paisagem laranja
leve frio e baixo o cobertor amor esbanja.

Relógio que tornas agradável anualmente
intensidade, mesmo prazer a vida em ramo
acalma impetuoso verão da vida e a mente
nesse segundo começo de cada novo ano.

O fascínio do Outono e de seu recolhimento
nesses dias de cinzas e de dias chuvosos
no conforto pleno de ti em meu sentimento
outono, vinho, tu e eu românticos e amorosos.


55
TERNURA OTOÑAL
©ELIZABETH OTERO

Hola!!! las hojas de otoño te saludan
Sus colores cambiantes
te ofrecen un colorido tierno
de tonalidades que te hablan
y te cuentan los secretos
de amantes encantados
que se abrazan anhelantes
en un bosque mágico dorado
que te recibe
en las ramas entrelazadas del amor


56
Outono
Regina Silveira

Quando o dia amanhece olho o céu num azul
Único, sem nuvens, a enfeitar aqui e ali
Essa brisa leve, o sol oculto, tímido
Olho as folhas amareladas a cair
Formando um tapete por entre os jardins do lago azul
Nessa leve brisa o sol nasce acanhado e frio
Leva o vento as folhas a bailar
Voar... voar...voar, cobrindo todo o caminho
Que meu amor irá passar
E no Outono que caem todas as folhas como cada lágrima
Que por ti, de saudade, vivo a chorar


57
Outono
Tarcísio R. Costa

Outono é o mediador
Da natureza,
Da primavera, é sucessor,
Do inverno, precedente...
As árvores parecem entistecidas,
Despencam as sua folhas
Murchas e empaledecidas...
Mas, no outono, ainda há alegria
Em cada coração...
O outono é a preparação
Para a vinda do inverno,
Estação frio,
Favorável à solidão...




58
O OUTONO CHEGOU
Sueli do Espírito Santo

E as folhas começaram a cair
para mudar toda a paisagem
e trazer uma nova roupagem
no alto o sol continua a sorrir

Sorrindo despede-se do verão
o outono ele está saudando
com a natureza se renovando
ainda brilha com o seu clarão

Uma folha cai, uma outra nasce
como nos trazendo um renovo
um sonho, um caminho novo
com eles a esperança renasce


59
É OUTONO!...
Carvalho Branco

O sol é fogo que clama...
O vento é de ocasião...
A Natureza reclama
Direito de cidadão!
Não há lógica, nem ética...
Situação mais patética!
Ninguém sabe a estação!...

Se forem ao calendário,
Dirão todos que é outono;
No dizer do dicionário,
Decadência, ocaso, sono...
A Natureza faz sesta
E as folhas fazem a festa:
Dançam em seu abandono...

Das plantas colhe-se o fruto,
Enquanto esse ser humano
Tem, como velho reduto,
Perda, morte, desengano...
Em cada outono da vida,
A morte mais dá guarida
Pra viagem a outro Plano!

Rodopio de amarelas
Folhas em nossos jardins...
São crianças, corrutelas
Que garimpam seus miguins...
tupiniquins, jóias raras,
Príncipes de novas caras
A salvar esses Brasis...

Que a Natureza ousada
Jogue longe a hibernação...
Já que está atrapalhada
a seqüência de estação,
não deixe paralisar
o povo, nem resfriar
a alma de nossa Nação!...


60
OUTONO DE UMA VIDA
Humberto Rodrigues Neto

Teu desencarne fez-me descontente,
com a alma e o coração sempre em quebranto;
do antigo lar povoas cada canto
e em cada canto eu sinto-te presente!

Do alto onde estás podes sentir o quanto
por ti suspiro ao te sentir ausente,
e nada existe que tão fortemente
me incline à solidão e ao desencanto!

Não mais teus lábios, nem os teus abraços
tentei buscar noutros estranhos braços,
preso à paixão que só por ti nutria!

Morreu contigo o charme de princesa...
a Dor é minha amante quando é dia,
e à noite faço amor com a Tristeza!




61
FOLHAS SECAS
Ana Kilesse

Pela fresta da porta o vento entrou assoviando
Como uma trombeta anunciando a chegada do outono
Folhas amareladas, secas, sinal que o verão por ali passou
Caiam bailando na despedida na estação que se foi.

Outras resistentes presas aos galhos das árvores
Agarravam-se como numa última esperança
De um tempo mais longo de sobrevivência
Impiedoso o tempo aguardava o último suspiro

Um tapete de folhas secas foi se formando no chão
O vento continuando sua trajetória ignorava o fato
Folhas amigas, que nos deram sombra no sol escaldante.
Hoje seguem seu curso... Amontoadas pelo vento em algum lugar

Como nos que secamos...envelhecendo órgãos, pele, deste corpo
Que um dia foi viçoso como folhas novas, cheias de vida
Também lutamos contra este tempo implacável que nada perdoa
Nesta trajetória de vida a ser cumprida, com tempo marcado.

Não adianta lutar contra as leis da natureza que nos presenteiam
Mas... Cobram atitudes que nos foram dadas pelos anos vividos.
Com justificar nossa existência se não tivermos dado frutos
Mostrando que houve vida durante o tempo que nos ofertado.



62
OUTONO
Antonio Cícero da Silva

Já é outono
É tempo de colher
Vamos então ajuntar
Boas coisas para viver.

Colhemos diversos produtos
A bem da subsistência
Acumulamos conhecimentos
Para uma melhor vivencia.

É outono, o verão já passou
E com a colheita, a bonança
Alegria vem à tona
Com sinônimo de poupança.

É tempo de colher a tudo
Inclusive o amor
Que é insubstituível
E de todos, o maior valor.


63
Rodando
Marcelo Torca

Rodando estava
Falva rodando
Virando
Gritando
O outono, enfim
Chegou
E desabrochou
Chocou
Dilacerou
Os sentimentos
Contidos
Detidos
Do mundo que roda
Rodando novamente
Mais um Outono
É evidente


64
Outono
HerLânder Lobão

O Outono faz-se anunciar
E a vida que era devagar
Passa a ser uma correria
E parado, tão quieto, calado
Mais veloz tudo é recordado
Quando sopra a tal nostalgia

Vem um tempo que era bonança
De um vento com rir de criança
Para deixar triste o semblante
Que imóvel consegue alcançar
As mil estrelas que estão a bailar
No olhar que só chorar consente

O Outono da vida desponta
O caminho da mesma aponta
O final de toda uma era
Antevendo já o seu futuro
Recordar é seu escudo, seu muro
E sorri.pois lá é primavera


65
Outono
faffi / Silvia Giovatto

O outono chegou alegre e brincalhão,
derrubando as folhas das árvores,
trazendo uma brisa suave que faz rebolar
as folhas no chão...
Outono é a estação da reciclagem,
vou aproveitar para reciclar meu coração,
tirar tudo que não foi bom,
saudade, desilusão, dor, compaixão
transformar tudo isso em amor
e doar a quem precisar,
assim como o outono faz com as
sementes e as folhas caídas,
as folhas fertilizam o solo...
e as semente levadas pelo vento
vão florir nas beiras dos rios...
Meu coração vai ficar florido ....
derramando pétalas de amor,
por onde eu passar...
Outono é a estação da transformação
da metamorfose dos seres vivos.
vamos aproveitar essa estação... e
fazer dela a nossa bandeira da paz.


66
FOLHAS AO VENTO
Socorrinha Castro / Florzinha

Meu olhar entristecido,observa pela janela
a chuva caindo e o vento cantando,
no coração, as lágrimas vão brotando
ao ver as folhas caídas da minha roseira amarela.

Levadas pelo soprar do vento,
as folhas amarelecidas
vão se espalhando sem vida,
e, partem ouvindo meu lamento.

Lamentos de uma saudade.
Saudade que se mistura à tristeza
por ver minha roseira orvalhar infelicidade.

No frio da saudade me aqueço,
e à minha roseira, lanço um olhar terno.
olhar de esperança e espera, à chegada do inverno !


67
OUTONÂNSIAS
Luiz Poeta ( sbacem-rj )
- Luiz Gilberto de Barros

A folha cai, um melancólico pedaço
Do meu espírito... é como um fragmento
De planta... inerme... inerte... no espaço
Ao sabor da chuva... do frio e do vento.

Minha alma empalidece a cor da estrada,
A dor me amontoa... o passo que me pisa
Esmaga a solidão de folhas mortas, nada
Acorda meu amor... a dor me fragiliza...

Meu coração não está morto, no meu pranto,
Ele procura o poder e a energia
Que me faça rebrotar do desencanto
De um tempo de tristeza e letargia...

Inexorável, o outono só retrata
A triste cena de uma trôpega estação
Que espontaneamente poda, mas não mata
Toda a planta... só inibe a floração...

Assim sou eu, um ser sutil, cuja intempérie
Dos ventos, da chuva, do frio, da neblina
Remove cada ramo ou flor... em série...
Porém deixa uma seiva...pequenina.


68
OUTONO
Ene Mathias

...as cores se apagam ' vagarinho...
tudo amarela-se, o cinza chega

os dias carregam os restos que insistem
o vento ocupa-se previdente
de ir tramando outra estação

-o outono me lembra um círculo-
assim como a época dos perfumes
a de frascos vazios

não só folhas caem
músicas se escrevem em notas tímidas
sob a terra, quase silentes

compondo a harmonia da obra
mais intermitente de deus: a vida

!outono, ainda que mudo, é ouvido!


69
Outono das Árvores
Tereza da Praia

Como um réstia de sol no mar,
Ele caiu do céu em minha vida.
Eu que não queria amar.
Senti-me ave abatida.
Árvore seca e desnuda,
Inclinada pelo vento,
Sentia ao passar do tempo,
A friagem do entardecer.
Sem me aperceber,
O amor fez um ninho,
Num galho, lá no cantinho.
O desejo está na carne
Como fogo que avassala.
Árvore despida de folhas,
Sedenta de frutos
Não mais fala.
Sussurra e geme
Ao vento...
Foi minha escolha.
O corpo treme
Ao relento...
Sangue e vinho.
Nasço de suas raízes...
Entre murmúrios e gritos
De seres felizes.
Dádiva do infinito.
Amei-o mínima
Com a sede de quem quer mais.
Feito dois animais,
Feito dois vegetais
Nossos ancestrais...
Como cipós na mata
Enlaçados, enlinhados.
Foi assim,
Eu tão inexata
Brincando no jardim
Com as folhas do prazer vestida
Porque há desejo em mim,
Visgo, suor e tudo faz sentido.
Extasiada ,num devaneio,
Faço amor com ele sem entremeio.
Com sabor do passageiro,
Com sentimento de eternidade.


70
FOLHAS DO OUTONO
Sérgio Diniz Barros Guedes

Vento que fala
Com as folhas do outono
Leva-as para colina
Num murmúrio suave...
Rosa que nasce
No jardim da primavera
Beleza que estremece a terra
Torna-se tempestade.

Fumaça que sobe
Levando com calma
Em canções de liberdade
Pedaços de minha alma.


71
Outono
Ana Clara Ribeiro

As folhas mortas tombam no outono
cobrem a verde relva do jardim
tapetes rotos... convite ao sono
embriagador... adormeço enfim.

Quem me dera distante do abandono
ouvir a voz vibrante de um clarim
erguer embevecida um belo trono
envolto em luz... em nuvens de cetim.

Cinzas de outono tingem o horizonte
tornando mais pesada a minha fronte
meu caminho mais triste... tão ruim.

Mas sei que em breve encontrarei a calma
para abrandar o sofrimento d'alma
e pincelar outonos de carmim.

72
Outono
William Marques

Onde está meu amor?
as folhas do outono será que a levou?
vou te buscar minha flor
nosso sonho jamais acabará
pode o outono chegar
pode o inverno gelar
eu sei meu amor que jamais te deixarei
Basta você me aceitar
basta você acreditar
que o meu amor por você
não são essas folhas caidas no chão
meu amor por você é a mais linda canção
é a mais bela emoção.


73
Outono
LuliCoutinho

Oh Outono que encerra
Meu doce canto de espera
Meu olhar a flor que era
Hoje folhas secas de hera.

Noites azuis suspiradas
Memória do tempo de amada
Trazes de volta meus sonhos
Brilhe meus olhos tristonhos.

Traz-me os pássaros de luz
Os braços alados de carícia
Um rosto que por si se ilumina
Aos encantos à cantiga de uma vida.


74
Outono
Maurélio Machado

Sobre a relva amarelada
desprendidas das árvores
folhas secas avermelhadas
pousam suavemente.

Olor de flores-do-campo
orvalhadas nas manhãs,
cantos de pássaros, encanto
nesta amena estação.

Na beira do rio caudaloso
o casal de Martim pescador
visualiza manjar precioso.

Farfalhar no bosque dourado
tufos de plantas ressecadas
sob um céu outonal anilado.


75
OUTONO
Hermes José Novakoski

As plantas e as flores
Vão descansar
Para depois novamente
Sua beleza exalar

Folhas secas vão cair
Para novas poderem brotar
As flores se preparam
Para de novo enfeitar

Assim a vida continua
Num ciclo de paz
Tudo passa, tudo gira
Tudo vem e vai, recomeçar


76
REMINISCÊNCIAS
Ceres Marylise

Outono que me traz recordações,
de quando a vida era mais calma e bela,
daquelas tardes que eram tagarelas.
As canções tinham maior sentido
e eram muito, muito mais bonitas;
não é à toa que sempre as ouvimos.
Os queixumes eram muito poucos,
tantos tabus e nunca explicavam,
a realidade do que era a vida.
Com suspiros prolongados, juvenis,
dividíamos sonhos, confidências:
com certeza, seríamos felizes.
Namoricos sempre assustados,
beijos ligeiros, roubados:
medo do irmão e dos pais.
As músicas de nossas vidas,
eram as canções do Roberto,
Elvis nos enlouquecia.
Dançávamos rock, twisty,
estreando em cada festa,
nossos mais novos vestidos.
Respeitávamos tementes,
nossos vigilantes pais,
mestres, palavra de Deus.
A vida nos separou,
o mar apagou da areia,
nossos passos divididos.
E cada uma de nós,
tomou rumo bem distinto,
traçado pelo destino.
Hoje, sonhos destroçados,
algumas acomodadas,
outras tentando ainda,
encontrar-se pela vida.
Hoje, eu senti saudades
daquelas doces amigas.




77
Outono
Maria Loussa

As estações se sucedem
No outono as folhas se perdem.
As chuvas chegam ao fim
Vemos a natureza mudar
Nos ensinado que a vida
É um constante renovar.

Outono é renascimento
Do reino vegetal
Folhas mortas adubam o solo
Ressurge da terra algo novo.

Os pássaros cantam alegres
Ignoram as diferentes temperaturas
Que abrandam, que abrasam,
Nos quatro cantos da terra.
Nos bosques as quaresmeiras se matizam
Vestidas de roxo, rosa e lilás.

Dizem, na Terceira Idade estamos a outonar,
Tempo de limpar, folhas amarelas e secas podar,
Preparar para na vida se firmar
Estar pronta quando o inverno chegar.


78
O OUTONO
Marineusa Santana

As folhas secas começam a cair
É o início da nova estação
Uma a uma elas se despedem
O tronco fica só, quanta comoção!

Os ramos nus sentem muitofrio
Foram despidos pela estação
É o destino nada podem fazer
Apenas ficam com sua emoção

Olhando debaixo das árvores
Vejo o tapete que forra o chão
Quantas saudades! viajo no tempo...
Sonho e sinto até uma perturbação.

Louvo a Deus, o Criador
Com tamanha sensibilização
Agradeço por minha vida e a natureza
Num gostoso clima de oração.


79
Outono
Muriel Elisa Távora Niess Pokk

O outono, com carinho e sutileza,
As vestes das plantas tenta tirar.
Algumas resistem com realeza,
Nuas não querem ficar.

O Outono com raivas incontroladas,
Chama o vento para ajudar,
Quer as árvores peladas,
Para só os galhos admirar.

O vento, sem piedade,
Sopra com força os galhos,
Sacode-os com maldade,
Para deixá-los em frangalhos.

As folhas não querem sair,
Aos galhos se agarram com altivez.
Desta feita não vão cair.
Vencem, mais uma vez.


80
Outono
© Marilena Trujillo

O tempo passou voando... nem notei...
É outono e as folhas caem tristemente.
Mais um ano... de um lindo sonho se foi...
Só o inverno... será meu fiel confidente.

Mudar os ditames do destino? - Não posso!
Fecho os olhos e vejo nossos momentos...
Tudo tinha cheiro de vida... de primavera...
Onde ficou nosso amor e encantamento?...

As promessas gritam em meus ouvidos...
A dor lancinante... ecoa em meu coração...
Só nos restou vaidade... orgulho... disputa...
Sem humildade... compreensão... perdão!

O outono chegou declamando verdades...
Árvores tremem... soluçam desoladas...
Caminho lentamente.. visão ofuscada...
Tenho da existência... uma cruel estrada...

Deixo em sua pele...meu baton vermelho...
Dos nossos beijos... levo o gosto primeiro...
Aqueles... que você gulosamente.saboreava...
Quando tudo era amor... amor verdadeiro!...


81
Encontro Acidental
Rita Bernadete Sampaio Velosa

Eu sou verdade,
você mentira.
Eu sou luz,
você sombra.
Eu sou o sol que ofusca,
você a lua que se esconde.
Certa vez atrasei-me ao recolher
e você apressou-se em aparecer.
Brilhamos juntos por um instante.
No mesmo céu lá estávamos:
Eu _ uma estrela _
a refrescar-me na sua sombra;
você _ um satélite _
a aquecer-se e iluminar-se na minha luz.
Mas, apesar de juntos, ali, no mesmo horizonte,
apesar do prazer que isto nos causou,
nem eu vi você, nem você a mim...
Meus olhos não eram para as sombras
nem os seus para a luz.
Mas eu o adorei mesmo assim...
às cegas.


82
amarelo vivo
mystika

fotografo árvores de copa
cor amarela viva.

é o amarelo outonal
da minha estação
de gozos e animações
limitadas
pelo conjunto de tudo
q vale a pena continuar

muito, muito pouco vale
para quem está no 'end'
da página da vida

enquanto isso
sento-me nesse banco
de madeira de lei

a lei q rege meus sentimentos
aleatórios por quem
diz q me ama
mas apenas goza bem
no intervalo da vida.

83
NÃO ME ESPERES
Daniel Cristal

Não me esperes no tempo da colheita,
porque semeei grãos neste Outono,
os quais jamais verei! Está sujeita
ao Inverno inclemente e ao sono.

Não me esperes na safra, meu amor,
não me esperes, não... Nem te incomodes
pois não me custa ser, seja onde for,
isto que posso ser, e tu não podes.

Posso semear os grãos do coração
e deixar nele raízes, para sempre,
que germinarão noutros a emoção:

A emoção da espera dum bom ventre,
que estampe o sorriso no teu rosto,
e elimine o gosto do desgosto.
 


84
Outono Nova Vida
Mifori

É o vento!

É o ar!
É a brisa!
É o murmúrio do mar!
É o vento na vela a soprar,
O barquinho a navegar!

Tudo é lindo!
É poético!
É estético!
É a brisa que ameniza o calor,
Trazendo para nós o puro amor
E, só nós dois na areia a caminhar!

É a natureza!
É você!
Sou eu!
É o raiar de um novo dia!
No outono de nossas vidas,
Conspirando com o ato de amar!
Pensamento:
"É o amor que tomou conta de nos dois, neste outono, para lutarmos e
vivermos uma nova vida"


85
Outono
Clevane Pessoa

Vestida de folhas caídas,
secas e belas,
minha alma amarela-se
com paciência.
O soma,
tronco rugoso de vidas mil,
é forte e enfrenta bem
meu tempo de ser eu mesma.
As raízes
sugam a seiva do fundo,
ainda eficientes e ternas.
E, num milagre perene,
folhas verdíssimas ainda brotam
de antigas feridas.
O vento vem visitar a velha amiga:
sabe que não conseguiu derrubar
meu porte e feitio.
Então, vem aconselhar-se
e aprender a acalmar seus ímpetos
enquanto acaricia-me, íntimo...


86
As folhas da saudades
Rafael Balbinotti

Sublime aurora dos ventos
Ventos que trazem folhas
Verdes folhas de mágoas
Amareladas por dias repentinos

Esquecidas do amor
Da natureza, do céu azul
Limpo e calmo de verão
Ninguém há cruel como tu

Anuncias o Outono, o inverno
Logo alem da brisa intrépida
Que nos faz deprimir
Ou aceitar e lutar

A força natural de belas paisagens
Nos anima a contemplar
A aurora dos ventos
Que trazem folhas
As folhas da saudade


87
OUTONO DE MINHA VIDA
Ana Maria Brasiliense

Tantas primaveras passaram,
tantos invernos chegaram no meu caminhar...
Bem sei que jamais serei verão outra vez.
Meu coração ja suportou tantos e tantos
que por vezes penso que tornei-me inverno eterno...
Sonhei um dia ser verão para alguém
e não sei se fui.
Bem que eu pensei ser primavera nos dias de inverno
para meu bem querer...
Plantei flores , cuide mas não germinaram...
Chuva chegaram inundaram meu viver
levando o que mais tinha de precioso...Eu.
Lutei ,lutei e sobrevivi, não sendo mais verão
nem mesmo primavera no inverno de alguém.
Sou hoje inverno solitário calado, triste
no outono de minha vida.




88
Cristais Encantados
Arlinda Lamêgo

Adormeço. Sonhos tranqüilos em mim navegam.
Brilho encantado, faróis transparentes de cristais.
São luzeiros d'alma, faíscam, alumiam-me os ais.
As cores tão reais vivem as peças que me pregam.

Coloridos ou ouro e prata, augúrios bons ou maus.
Estórias adornam-se-me nas noites as vãs poesias,
Lapidados, insinuados, são viageiros em belas naus.
Sonho véus coloridos, às vezes imorais, na maresia.

Em outras, em preto e branco, tão reais, despertam
Sóis, outonos, flores, sorrisos, lágrimas, é a ventura,
Evocam emoções de vôos rasos ou longos nas serras.

Trazem-me amor e ilusão, alma gêmea e toda paixão,
É tão sublime...E sonho que se preza traz revolução
De crer na felicidade, ou de sonhar-te, amor e coração.


89
"A CHEGADA DO OUTONO"
Natália Vale
Portugal

Uma tarde sombria,
De um Verão que terminava,
Envolvia-me a nostalgia,
Num momento sem alegria,
Deixando-me ali pregada.

Uma paisagem que mudava,
Nas suas cores encandescentes,
Amarelo, laranja, vermelho, castanho
Todas elas se misturavam,
Que o chão cobria, como um manto.

As árvores se desnudavam,
Suas folhas iam caindo,
Por vezes de forma suave,
Outras , voando esbravecidas,
Com o vento forte Outonal,
A que nenhuma ia resistindo.

Apesar desse desnudamento,
O Outono era,
Sem dúvida,
Muito belo.
Criava um deslumbramento
Na nossa alma entristecida,
Ao olharmos o firmamento,
Naquele fim de tarde já fria.


90
Amor-Quase-Perfeito.
J.J. Oliveira Gonçalves

Nosso Amor foi assim... quase perfeito!
Era tátil. gostoso, perfumado...
Tinha um jeito, ah, sim, de Amor amado
Parecia um Amor-Mais-Que-Perfeito!

Em Outonos - como este - era tão bom!
Mãos dadas pelas ruas da cidade...
Nós - pombos a arrulhar em cada tarde...
E eu te roubava um beijo de batom!

Ai, tudo lá ficou... Leda Ilusão!
Ficaram os teus beijos... meus abraços
E bêbados de Sonhos nossos passos!

Primeiro Amor... Alma da minha - ausente
De novo é Outono... E é sempre tão presente
Teu sorriso a me doer no coração!


91
OUTONO
Luíza Soares Benício de Moraes
Recife - Pernambuco

Chamamos de outono esta época aqui no Nordeste!
Enquanto ouvimos nos noticiários o problema dos que habitam regiões
temperadas com
o excesso de neves e os problemas disso decorrentes, ouvimos que em Cuiabá a
temperatura está em 40 graus! Aqui, é uma época saudável. Tem muito sol,
com pancadas de chuvas repentinas, ocasionando muitas vezes quedas de raios
que trazem transtornos a alguns locais da cidade onde a incidência for mais
agressiva. Isto ocasiona falta de energia elétrica, prejudicando por horas
as atividades nos locais, onde o transtorno for maior...
Eu, trabalho demais nesta época! O meu quintal, com a incidência,
maior de ventos, fica com mais folhas caídas. Agora, está começando, a
produção de cajás. Uma frutinha deliciosa que dá um suco favorito para muita
gente, e, pode ser usado para vá-
Rias guloseimas, como o tradicional mousse, picolés, sorvetes, etc. Com
saudades, aqui terminou a produção de mangas, cajus, jenipapos, etc. e vem
por isso a queda das folhas. As árvores e arbustos se desnudam e se vestem
com folhagens novas. Elas mesmas se podam. É incrível ver como caem quase
todas e ficam por uns dias, bem feiinhas assim peladas. Precisa-se então,
cortar os galhos que demoram a cair e às vezes, apodrecem e causam o
aparecimento de insetos daninhos.
Ano passado, devido a trabalheira, andei caindo e fui até operar
minha mão a altura do pulso em dois locais. Fiquei um tempinho sem puder
vir
ao computador.

92
O AMOR NO OUTONO
Maria Alice Estrella
 

As imagens da estação climática se destacam pelo tom pastel das folhas
das árvores. De igual forma, no outono das almas, os sentimentos adquirem tonalidades peculiares. Maneiras de expressão que caracterizam um tempo exclusivo e próprio de viver.
O amor no outono surge de forma imprevisível, utilizando-se de mecanismos diversos. Pode chegar através de um olhar ou, até, de um "e-mail".
Ele não se constrange nem restringe aos limites do antigo e do atual. As
serenatas românticas mudaram de figura. Da janela do quarto passaram à janela do computador. A carta de amor manuscrita e demorada entregue pelo carteiro, cedeu espaço às enviadas via realidade virtual com entrega instantânea.
Apesar dessas inovações o amor não muda. É o mesmo de sempre, tenhamos 15, 27, 48, ou 70 anos. Amor é verdade que recusa imitações. Mesmo com a epidemia de falsificados que ronda o cotidiano, o amor no outono é autêntico e também acontece.
Quando esse amor acontece, não se faz anunciar: irrompe porta adentro e ri dos obstáculos. Ele os supera a todos, numa convicção de que o lugar conquistado lhe pertence. Serenizado pela sabedoria, sublimado pela percepção, sedimentado pela certeza.
O amor no outono acontece onde lhe apraz porque é pleno de si mesmo e enfeita o jardim dos corações, que cedem ao seu magnetismo, não importa qual seja a estação do ano ou das vidas.
Mas o amor no outono também se reveste de sinais: sorrisos repentinos,
olhar de devaneio, suspiros de veludo, taquicardia, calafrios no estômago, sonhos acordados e uma sensação de estar em outra galáxia. O sentimento nessa estação da vida possui os mesmos idênticos sintomas de qualquer outra época porque ele não tem idade.
Quando o amor acontece, desperta o melhor de cada ser, sublima o que
estava encerrado a sete chaves, abre janelas, areja todos os cantos da alma, sacode poeiras e dá sentido a todas as coisas. Ele é soberano e sábio.
Escolhe seus parceiros e lhes oferece a chance da felicidade.
O amor no outono é coerente e não deixa dúvidas. É categórico e firme,
num silencioso caminhar, que antecede a ventura. Sabe o tempo certo de chegar. Sabe o tempo certo de ficar. Sabe, simplesmente, o outro.
O amor outonal é conquista, é direito adquirido, é superação, é serenidade.
Realização de todas as verdades, que ficaram sedimentadas pelo tempo,
que não deixaram de acreditar no bom e no belo de todos os momentos da existência.
Sem sobressaltos, mas com euforia se abraça o sentimento bom, suave,
calmo que invade o outono da alma. Privilégio de alguns.


93
"TARDE DE OUTONO"
Rosa Magaly Guimarães Lucas
- Eire

Tarde de Outono és amena e doirada...
Nas árvores teus frutos a of'recer...
Tua brisa é fresca, suave e perfumada...
Tarde de Outono, como te esquecer?

Pequenos pássaros em sua revoada
Vêm mel das flores colibris colher...
Mil borboletas voam pela estrada...
Tarde de Outono, como te esquecer?

As folhas já caindo pelo chão
Formam tapetes pra meu Bem passar...
E o seresteiro a tocar seu violão,

Conta uma estória de um amor sem par,
Com sua voz que vem do coração...
Tarde de Outono, como te olvidar?

Jacaraípe, Serra, Espírito Santo, Brasil, 25/04/2007
 

94
OUTONO
Regina Bertoccelli

             O*vento chegou anunciando
U*ma nova estação
               T*ocou nas árvores e galhos
               O*chão revestiu-se de folhas
N*o silêncio da noite
                         O*bservo o fenômeno da renovação
 

95
Outono
Suely Ribella

Esse outono...
estação quase fria,
lembranças, nostalgia,
aperto no coração...
Esse quase silêncio
que fala tão alto
dentro de mim...
Essa transformação,
o cair das folhas, da tarde,
esperança, tardança...
Esse tempo, essa vida,
o desassossego,
tanto quero e não chego
em ti, em teu coração...

Esse não desistir
de viver e ter teu amor...
Esse outono me faz
lembrar, chorar, suspirar,
e sorrir confiante,
de alguma forma,
vitoriosa...
 


96
Das Folhas Douradas de Meu Outono.
Delasnieve Daspet

E a saudade machucará
Como já machucou antes...

Ainda assim lembro tua aparência.
Teu sorriso
Tua risada.
Lembro tua graça.
Teu estilo.
Tua voz.

Agora- tudo que quero é te ver.
(É possivel que te veja em sonhos).
És tudo o que não posso esquecer!

Tenho medo de olhar no meu olhar
Ver o que restou do luar,
Do sonho que não se tornou real.

Ainda ouço as canções
Que cantas em minha mente.
É possível que te encontre
Esta noite, nas lembranças!

Aproveita, pois, das folhas douradas
De meu outono,
Que vão suportar toda a dor
Quando já não fores!...

- Embaixadora Brasil - poetas del mundo
Encerrando brilhantemente nossa ciranda

 


 

 



    

 

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