Secretamente


Pairo meu olhar pela janela divisando o jardim,
Flores plantadas ao longo dos anos de convivência,
Cada espécie comemorada e esperada com paciência,
Não se pode crer que esse amor tenha tido fim.


Desgosto infindável me assola a alma,
De ver um dia a porta se abrir, sem hesitação,
Pelas mãos de quem solenemente deu seu coração
E arrebata, sem piedade, toda uma vida de calma.


Desejo odiar essa lembrança com toda vontade
Que pode um ser vivente em seu coração sentir,
Mas quis o destino tecer com toda maldade


Que a cada amanhecer como fênix renascida
Das cinzas de uma chama que parece se extinguir,
Secretamente, estabelece sua presença em minha vida.


Ana Maria Pupato


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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