LEMBRANÇAS

Ana Kilesse

Onde anda a memória de quem amou,
Sem fazer alarde do que sentia, só sentia,
Sentia o prazer das caricias em êxtase,
Sofrer por amor não é sofrer é vivenciar.

Saltitando o coração perde o seu compasso,
Vibra com o bater descompassado, não dói.
A dor vem quando a memória trapaceia,
Deixando de lado o que foi importante... vital.

Preciso aprender a ignorar o que me engana,
Traiçoeiras lembranças porque insistes em ficar.
Em mostrar que tudo foi um grande engano,
Lembrança chicoteia o corpo e atordoa a mente.

Memória guardas retalhos velhos, farrapos,
Uma vida recortada, retalhada por lembranças
De um tempo vivido sem consciência do real
Quero a lembrança clara das noites de verão.

 

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